quinta-feira, 3 de maio de 2012

Em uma confissão qualquer

Know it sounds funny
But I just can't stand the pain
Girl I'm leaving you tomorrow
Seems to me girl you know
I've done all I can
You see I beg, stole and I borrowed
Yeah! Uh, uh!


Em mais uma noite mais doente que porco em época de gripe e escudando Easy - com o faith no more cantando e nao o lionel richie - acabei por pensar em você - em tudo que passamos e vivemos. É nessas horas que dá aquela saudade, sabe? Aquela que faz sentir como se você estivesse aqui do meu lado. 

Sinto o cheiro do seu perfume, da sua pele, até chego escutar a sua voz sussurrando meu nome. Uma vez um amigo disse que o cheiro do peido fica no colchão, mas sei que na verdade você ficou na minha lembrança. Ali guardadinho e catalogado para os momentos de solidão, para aqueles dias que sinto um enorme buraco no meu peito, porque você foi meu porto-seguro, meu companheiro e meu amante por muitos anos.

As vezes, vejo você entrar pela porta do meu quarto como se nada tivesse acontecido, me desejando boa noite e dizendo te amo. Mas isso não passa de uma lembrança. Uma ótima lembrança. Tem dias que ouço sua voz, fazendo qualquer brincadeira sobre o tempo, a minha roupa ou o seu dia, mas quando olho pra trás, não é você, é só o vento.Nas horas que você chegava em casa, é quase um hábito olhar pela janela e te esperar. Adorava olhar seus cabelos em contato com a leve brisa. E quando vou ao mercado e esqueço algo, lembro todas as vezes que pedi para você trazer algo e você esquecia, ficava muito brava, porque no final tinha que fazer malabarismos na cozinha, mas sabia que no final você ia acabar me elogiando. Falando em comida, toda vez que eu fazia uma comida ruim, você sempre tinha um jeitinho de falar que não estava muito saborosa e no final pediamos uma pizza (rs). Sim, eu adorava quando você fazia comida, apesar de você sempre fazer aquela bagunça enorme na cozinha - que sempre sobrava pra mim. Era sempre uma surpresa! 

Claro que não posso esquecer dos nossos momentos ruins, que como qualquer casal, não foram poucos. Passei madrugadas chorando, achando que era a última vez que nos veríamos, como se fosse a última briga ou como se fosse a discussão mais difícil. Mas com certeza não foi a mais difícil! Nenhuma discussão se compara a dor de deixar tudo para trás, de não te ter mais no meu dia a dia, e muito menos não poder contar mais com você.

Afinal, você foi a única pessoa que me conheceu nos meus dias tristes, felizes, descabeladas e com chulé (rs). Não ter alguém tão importante ao meu lado de um dia para o outro é perder um pedaço do meu chão, um pouco do meu equilíbrio e uma lasca da minha esperança. Tudo isso com um tiquinho do meu coração. 

Mas o tempo não volta atrás, não tem como desfazer nossas discussões, nossas confusões e desentendimentos. Como não tem como apagar da memória os momentos bons, felizes, apaixonados.. momentos que foram só nossos e que não se repetirão com mais ninguém. 

Hoje, às vezes, fico a me perguntar se você sente tanta falta quando eu.Se quando está doente, gostaria que eu estivesse aí com você, só para te encher o saco para se cuidar ou te levar um café no sofá. Se quando você está bebado e chega em casa, você nao sente que algo está faltando.Mas nada disso vai mudar tudo que passamos e o final.

E apesar das lagrimas, desejo que você seja feliz. Muito feliz! Mais feliz do que fomos em nossos momentos descontraídos em que brigávamos pelo controle ou então quando discutíamos só para fazemos as pazes.

Não espero nada, por isso mesmo que talvez você nem veja! 


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Num restaurante qualquer


"Used to be so easy to fall in love again
But I found out the hard way
It's a road that leads to pain
I found that love was more than just a game
You're playin' to win
But you lose just the same"


Não precisei nem olhar para seus olhos para ver que seu coração sangrava. Seu corpo me dizia, sua voz falhava, mas você não se permitia derrubar uma lágrima; sua alma não queria. Foi assim que percebi o que tinha acontecido.

Eu só conseguia pensar: como foi que isso aconteceu? Claro que se tudo fosse perfeito nunca teríamos nos encontrados.

Me lembro como se fosse ontem: chovia muito naquela noite, marcamos de reunir nossos amigos no mesmo restaurante – que tinha cheiro de velas e perfumes. Como de costume, cheguei tarde. Você já estava, aos
sorrisos, falando sobre música, HQ e jogos com nossos amigos. A conversa se estendeu madrugada adentro e eu; só vagamente opinava. Opiniões tão vazias quanto meu coração, pois há muito tempo escolhi a solidão.

Nos encontramos diversas vezes. Você trocava de namorada como eu de sapatos. Tudo era tão descartável. Mas um dia qualquer você a conheceu e logo se apaixonou – talvez seu maior erro. Se entregou a essa paixão
maluca. Se transformou em outra pessoa. Passamos a nos ver raramente. Mas num dia qualquer você apareceu do outro lado da mesa, tão frágil e machucado, com o coração na mão.

Como sempre, cheguei depois que todo mundo. Seus olhos me seguiam como se quisessem dizer algo. Não pude te evitar. Depois do restaurante, fomos a barzinho qualquer e entre as doses de tequila, você me deu seu
coração. Nem sabia o que fazer com ele, já não lembrava o que era o amor há muitos anos, a única coisa que pude fazer era te ajudar a curar as feridas.

Passamos a nos ver mais frequentemente. Fomos em restaurantes, cafés, cinemas... qualquer evento era motivos de nos vermos. Sempre como amigos. Você contava sua vida e eu te ajudava a se levantar.

E assim, se passaram meses. Num show de rock qualquer, depois de algumas doses de rum, nos beijamos. Foi meio sem querer. Um beijo tímido em meio uma multidão. Prometemos não nos envolver.

Depois de uma semana, já estava na minha caixa de e-mail, um convite para sairmos à noite.  Saímos algumas vezes. Fomos nos envolvendo a ponto de ser inevitável não ficarmos juntos. De dia nos falávamos por mensagens e a noite nos víamos.  Foi algo natural.


Mas o que não ficou claro é que eu já estava há muito tempo habituada a minha solidão. Pra mim, sempre foi muito cômodo ter meus pensamentos como companhia. Só você não percebeu isso.


E quando você ligou, meu coração disparou. Quis vir em casa, inventei muitos motivos para você não vir. Sabia que você estava esperando uma resposta que nunca ia ter. E foi assim, que você teve novamente o seu coração - meio que sem querer - despedaçado. Você insistiu, me mostrou evidências que nosso relacionamento daria, mas o amor não é meu amigo. E aprendia que sempre tem um preço para pagar. 


Assim, não tive como evitar. Te deixei ali, na rua, sem ter o q te falar.






quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Num anoitecer qualquer..



"One of these mornings
You're gonna rise, rise up singing,
You're gonna spread your wings,
Child, and take, take to the sky"


Não consigo te imaginar de outra maneira, quando fecho meus olhos, ao som de Janis Joplin: te vejo na minha frente, tão perto que sinto o calor da sua respiração e o seu hálito quente.Nunca resisto ao seu olhar e muito menos aos seus lábios, assim, é impossível não te puxar pra perto e te envolver em meus braços, já tão cansados de superficialidades. 

Me surpreendo que depois de tanto tempo, me encaixo perfeitamente entre seus braços e fico maluca só de pensar que estou tão perto dos seus lábios. Sinto sua boca perto da minha nuca, mordiscando meu pescoço e suas mãos emaranhadas nos meus cabelos. Devagar coloco minha mão sobre suas costas nuas, sinto sua respiração falhar

E a cada toque de sua mão quente, sinto arrepios. Corro as mãos  pelo seu corpo... É nesse momento que tudo começa a ficar mais intenso. Você me aperta contra o seu corpo. Sinto sua seus dedos me acariciando e mtas vezes, com delicadeza, você puxa os cabelos da minha nuca. Nossos beijos transparecem o desejo de nossos corpos, já tão juntos que mal conseguimos respirar.. Sua mão sob minha blusa, sua calça já aberta, nos entregamos ao momento.

Já nem lembro qual foi a última peça de roupa que foi arrancada, a única coisa que não esqueço é o cheiro da sua pele... Ahn.. sua pele... ela me deixa embriagada como vinho.

Assim, os minutos se tornaram horas, ao pé da cama mal vimos o tempo passar. O sol se foi e a luz da lua nos veio fazer companhia.  

Enquanto seus lábios aqueciam meu corpo, arrepiado da brisa fria da janela, diziam propostas indecentes e suas mãos acaricia  meu corpo. E as minhas, já bobas, se perdem entre seus braços, a única reação que tinha era sussurrar ao pé do ouvido. 

Já nem escutávamos a melodia,  o único ritmo era o nosso. Como é bom estar ao seu lado.  Somos como quebra-cabeça, não precisamos de nada, nossos corpos se encaixam perfeitamente. 

Nem ligávamos mais para a força, passamos da delicadeza para o quente da intensidade. Enquanto me movia, sentia seus olhos nos meus, era como se mais ninguém existisse. Tudo era perfeitamente normal. Seu hálito quente em minha nuca, sua mãos deslizando pelo meu corpo e claro, seus lábios.. Já não sei onde começa o meu corpo e onde termina o seu.. Somos um só..

Sussurros, risos, calor, mordidinhas, sua mão e seus lábios.O ápice veio, em seguida, quando já estávamos suados e ofegantes. 

Nada era mais doce que esse momento,minha respiração para, a força falha e seu corpo treme.. Quando consigo olhar nos olhos novamente, vejo um corpo fraco, mas cheio de vida. 

Assim,  já cansados e embriagados, adormecemos... em cima de seu cobertor xadrez no chão aquecidos pelo calor de nossos corpos.


domingo, 21 de agosto de 2011

Numa partida qualquer


"a heart ready for a lot of sorrow
No you can't come back tomorrow
Shut my windows
lock my doors
Cause my heart won't be your ragdoll anymore"

Mais uma vez, você fechou a porta. Deixou para trás tudo que vivemos para se aventurar. Se divertir. Satisfazer aquilo que perdeu há 8 anos atras. Sim, foi a melhor escolha, apesar de ter sofrido, chorado e me perdido.


Num dia qualquer, você - como se nada mais fosse importante - afirmou que nosso amor havia chegado ao fim. Não tinha tanta certeza, mas isso não foi o suficiente para te convencer que bastávamos nos respeitar e entender um ao outro que logo tudo voltaria a ser como foi. Mas é verdade, nada seria igual, porque o nosso amor escorreu entre os dedos das mãos no dia que você resolveu explorar seu destino.


Acreditei que o amor fosse suficiente para seguirmos em frente, mas na verdade ele só foi o motivo de nossa dor. Feridas que nunca vão cicatrizar.


Hoje, tudo que vivemos não se passa de uma canção triste. Uma melodia sem letra. Uma partitura sem ritmo. E assim, no silêncio da noite, mais uma historia chega ao fim.


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Numa reaproximação qualquer


"You make me think of someone wonderful

But I can't place her

I wake up every morning

Wishing one more time to face her"


Faziam meses, anos, talvez, que não nos falávamos, mas era muito evidente que ainda guardávamos algo. Um sentimento que era camuflado pelas nossas vidas, mas era claro no olhar dos outros. Nos odiávamos frente a frente, porém desejávamos todas as noites.

Algum sábio já dizia que atrás do ódio; o amor impera, só nós não percebemos que nossas almas não haviam se separado. O fantasma do passado invadia nossos sonhos, mas nosso orgulho deixava obscuro qualquer sonho bom.

Conhecemos outras pessoas, outras bocas, outros lugares, mas no labirinto dos nossos corações, a esperança estava perdida, mas viva. Tivemos muitos, milhares de desencontros e assim, alimentávamos aquele sentimento adormecido.

Nossas vidas se tornaram complicadas demais.

A cada caixa de e-mail aberta, a esperança se dissolvia. Ansiosos pela mensagem que nunca chegou.

Nos divertimos com pessoas erradas e procuramos a cada coração vazio um calor que esquentasse a alma, mas ninguém conseguiu preencher o espaço que ficou depois que nos separamos.

Mesmo depois de tanto tempo distante, sentimos a necessidade de nos reaproximarmos: esse foi nosso erro. Enquanto nossos corações permaneciam gelados, inertes a qualquer tentativa frustrada de esquentá-los, o tempo mostrou que nossas almas continuavam ligadas e elas, nunca haviam aceitado nossa separação.

A primeira vez que nossas almas se reencontraram, você tinha muito rancor e eu a esperança. Nos desencontramos de novo, porém nada ia ser como antes, não depois da nossa conversa.

O tempo, nada melhor que ele, para curar feridas abertas. Assim, seguiram seqüência de desencontros.

O destino conspirando contra, a vida e nossos amigos, mas nada impediu que nos encontrássemos novamente. Aquela noite foi diferente, nossas almas, nossos corações pediam aquilo.

Nem o tempo, nem os desencontros mudaram aquele sentimento que cultivamos por tanto tempo. Nada mudou, nossas almas haviam reencontrado enfim, um lugar para descansar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Numa tarde qualquer


"And I'm not ashamed

To be the person that I am today"


Fechou o livro que lia e colocou-o na mochila, deu o último gole no café já frio que esteve a sua frente muito tempo e levantou. Pelo perfume que sentiu já sabia que ele tinha chego e estava esperando por ele duas mesas em frente a poltrona que estava.

Com um andar trôpego, porém decidido chegou até ele. Sorriu, sentou e encontrou os olhos que há tempos não via e o olhar que encontrou era o mesmo que a fez se apaixonar por ele. Aquele olhar ela não ia esquecer jamais, costumava dizer que eram os olhos de matar que fizeram ela se aproximar dele naquela tarde chuvosa e fria na livraria perto de sua casa.

Um dos seus passatempos prediletos era observar as pessoas que passeavam pelos corredores da livraria, sentava no sofá e tentava imaginar o que trazia cada uma delas lá e foi num dia como esse que viu ele entrando usando um All Star velho, uma calça jeans gasta e camisa xadrez, despretensiosamente ela olhou para ele e encontrou o olhar mais desafiador que já teve na vida. Por instantes ficou imaginando que tipo de livros ele procurava e não se assustou quando viu que ele caminhava para as prateleiras onde estavam as publicações sobre game confirmou o que já esperava ele era um garoto nerd e ela sempre se interessava por eles.

Com o canto do olho continuou observando ele folhear alguns livros e de repente sem pensar muito nas conseqüências se levantou e ao se aproximar dele disse: – Acho que esse livro não é o que você procura. Assustado ele olhou diretamente para ela e respondeu: – Hmmm, o que te faz pensar que não é?

Ele era grosseiramente lindo pensou ela e antes que abrisse a boca para responder ele se apressou: – Desculpa, é, vamos começar de novo. Meu nome é Paulo, você é? Com seu melhor sorriso ela levantou a cabeça e disse: – Bruna.

Naquela tarde trocaram e-mails e de despediram com a promessa de trocarem mensagens. Ela esperou pacientemente e duas semanas depois o primeiro oi virtual por parte dele chegou, os e-mails tornaram-se constantes e cada vez mais longos, porém, nenhum deles tinha coragem de digitar e enviar as três palavras que tanto queriam: VAMOS NOS ENCONTRAR.

Falavam sobre tudo: cinema, música, games, livros. Ele sempre indignado com tudo e ela se apaixonando por essa indignação.Um dia a resposta do e-mail não chegou, ela esperou alguns dias e nada, mandou mais uma outra mensagem e não teve resposta. Se desesperou, se culpou por nunca ter pedido o telefone dele, se lamentou por não ter tido coragem de ao menos escrever que queria encontrar com ele no mundo real.

Passaram-se um mês, dois meses e no terceiro mês quando ela já tinha aceitado o fato que o medo de três palavras tinha estragado tudo uma mensagem mudou todo seu sorriso.Quando a apareceu em sua caixa de entrada uma mensagem com o destinatário que ela tanto esperava ela entrou em êxtase e sem pensar duas vezes nem leu a mensagem.Apenas abriu e escreveu as três palavras que tanto queria dizer: VAMOS NOS ENCONTRAR escreveu e enviou. Minutos depois veio a resposta: ACHEI QUE NÃO IA PEDIR ISSO NUNCA.

Agora os dois estavam sentados um ao lado do outro. Ele continua indignado com tudo e com todos e ela continua apaixonada por ele e por toda sua indignação porque para ela o amor é uma escolha e ela escolheu gostar dele, do seu nerdismo e de toda sua indignação.

by @pollymaria

Numa esquina qualquer


"Bem, como vai você? levo assim, calado

de lado do que sonhei um dia

como se a alegria recolhesse a mão

pra não me alcançar"


Cansada de aparências, farta de sentimentos superficiais, procurando mais que uma noite insana, te encontrei. Despretensiosamente te segui, me interessei pelo seu modo de ser desinteressadamente interessante.

Cada dia que passava me via indo aos lugares que você freqüentava. Passei a te observar silenciosamente a cada gole de café.

Atrás de cada óculos, cabelo arrepiado e camisetas xadrez, procuro encontrá-lo, assim, em meio ao acaso.

Há poucas poltronas vermelhas, você degusta sua vida enquanto deixo a covardia consumir a minha. Tão perto, mas tão longe de mim.